sábado, julho 17, 2010

Mini conto - Crónicas de uma Caneta (Parte 3)

E pronto, assim termino o post do meu mini-conto "Crónicas de uma Caneta".

Já está disponível um "quiz" aqui no blog para que possam transmitir a vossa opinião sobre este meu mini-conto por isso, gostaria de vos pedir que votassem e que comentassem! Sintam-se livres para expressar a vossa opinião!

Talvez um dia mais tarde coloque aqui outros mini-contos que espero que sejam todos do vosso agrado!

Então vamos lá agora fazer esta história ter um fim:


Crónicas de uma Caneta
Parte 3 de 3

Com o passar do tempo, a minha carga eventualmente foi-se acabando e eu, ao invés de ter uma carga nova, fui encostada dentro de uma lata que havia ao canto da secretária, a ganhar pó e a conviver com uma borracha ratada e gasta, um lápis minúsculo e mordido no topo, uma aguça ferrugenta e uma régua partida que em tempos foram as minhas asas de avião. Mas porque fui eu posta naquele canto? Que mal teria eu feito para ser abandonada assim? Dei algum erro ortográfico? Ou terei borratado algum texto? Não entendia… Às vezes via o menino ao longe e gritava-lhe “Porquê? Que te fiz para merecer isto?”, mas ele não ouvia. Ligava o computador e aí passava horas e horas… E o que ele sorria… O que o menino era feliz com aquele caixote! Era ele que o fazia feliz agora… Já não queria saber de mim. Para ele passei a ser um simples objecto. E em segredo, eu chorava. Desejava nunca ter nascido assim, uma caneta. Passei dias, meses, anos sem voltar a sentir o papel nem as mãos suaves e pequenas do menino, sem ver o seu sorriso… Suas mãos agora pertenciam ao teclado e seu sorriso ao monitor daquela maquineta. Já havia perdido toda a esperança. Já ma havia conformado que não mais escreveria um texto, não mais comporia um poema, não mais redigiria uma carta, não mais jogaria o jogo do galo, não mais sarrabiscaria o canto de uma folha, não mais seria avião transportador de sonhos…

Mas num certo dia, enquanto dormia, alguém me pegou e me trocou a carga. Eram umas mãos ásperas e grandes. Tive curiosidade e abri os olhos: era o menino! Ele havia-me repescado daquela lata velha e já ferrugenta! Nem podia acreditar! Então o menino já homem pegou em mim e começou a escrever enquanto sorria… Que visão maravilhosa! Que sensação magnifica! Sempre a sorrir ele escreveu um poema, e depois um texto, e depois jogou comigo uma partida do jogo do galo. Usou-me para escrever uma carta a uma menina “muito especial”e no fim, pegou na régua partida do fundo da lata e fez de mim um avião novamente. E que divertido que foi! Passamos horas naquilo! No final do dia, ele perguntou-me: “Que mais queres fazer amiga?”. Não esperava aquilo! Fui apanhado de surpresa com aquela pergunta e depois de muito pensar disse “Quero escrever-te um texto”. E assim foi, escrevi-lhe este texto para lhe demonstrar que uma caneta é muito mais que um simples objecto: é um amigo para a vida!


Texto original de: Ricardo Araújo (LawlietShinzo)

Їmρπεssασ ξm βπαηςσ

1 comentário:

  1. Encontrei 2 ou 3 errinhos no texto, mas não é por isso que gostei menos :)

    É um conto muito interessante e belo :)
    Parabéns!

    Beijos :) <3

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